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30 Anos de Conquista Democrática

Sete candidatos concorreram à 1ª eleição direta da UFPR

       A primeira eleição direta para reitor da UFPR foi realizada em 1985, mais precisamente no dia 6 de novembro. Na época, por uma disparidade de períodos de mandato entre reitor e vice, o pleito contemplou apenas o cargo máximo da Instituição, o de reitor. Sete candidatos – todos homens – seis professores e um técnico administrativo em educação –  concorreram: Arthur Petroski (Administração), Francisco Moraes Filho (Medicina), Afonso Antoniuk (Medicina), Dante Romanó Jr. (Medicina), Maury Cruz (Direito), Riad Salamuni (Geologia) e Roberto Kugler (TAE).

       O vitorioso foi o professor Riad Salamuni. No ano seguinte, 1986, é eleito como vice-reitor, Dante Romanó Júnior Jr. Desde esta época, a consulta à comunidade universitária era organizada pelas entidades representativas dos três segmentos da UFPR: APUFPR, DCE e ASUFEPAR. Um amplo debate, com o auditório da Reitoria lotado, reuniu docentes, técnicos administrativos e estudantes para discutir os rumos que desejavam que a Universidade tomasse nesta fase democrática.

       A primeira eleição direta na UFPR, no entanto, ocorreu não apenas pelo desejo da comunidade universitária, mas, também, em função do fim do regime militar (marco de 1985) e o processo nacional de redemocratização que tomou conta do Brasil, fase esta também chamada de “Nova República”.

       Antes, porém, do fim da ditadura, a luta democrática dentro das universidades públicas já era grande.  Ensaios de diretas para reitor foi proposto pela APUFPR, em 1981, por meio de uma consulta simbólica, que elegeu o professor de Direito Lamartine Correa de Oliveira, um dos nomes progressistas da UFPR.

       Mas, àquela altura, o Conselho Universitário já tinha feito sua reunião para elaboração da lista então sêxtupla e o MEC da ditadura havia indicado o nome de sua preferência (o professor Alcy Ramalho, da Engenharia).  No ano seguinte, a APUFPR, o DCE e a Asufepar promoveram um plebiscito, onde uma esmagadora maioria expressou o desejo de escolher, pelo voto direto, o(a) reitor e vice-reitor(a).

       Com a colossal campanha das Diretas-Já para presidente da República, em 1984, a UFPR, em sinergia com essa luta, também lutou pela eleição à Reitoria.  Os movimentos docente, estudantil e dos técnicos administrativos intensificaram a pressão sobre o Conselho Universitário. Com novos ares democratizantes oxigenando a Universidade, obteve-se compromisso conjunto de construção de uma lista sêxtupla a partir do resultado da consulta direta. O professor Riad Salamuni integrou a lista do CoUn e durante o Governo Sarney, foi nomeado pelo MEC.

        O movimento da comunidade universitária almejava eleger diretamente o reitor e vice, mas também pretendia disseminar o método para todos os cargos dirigentes da UFPR. Ao longo dos anos passou-se a fazer eleições diretas também para diretores de setor e coordenadores de curso.  Contudo, a proposta era não somente ficar no plano da escolha de dirigentes e sim questionar toda a universidade pública herdada da reforma universitária feita pela ditadura nos fins dos anos 60.

       Para isto, se propôs a convocação de uma Assembleia Estatuinte durante a gestão Salamuni.  Grandes divergências surgiram no seio dos movimentos docente, técnico administrativo e estudantil, bem como no Conselho Universitário. Com isto, o tema da Estatuinte e este mecanismo de debate sobre mudanças em geral na Universidade foi ficando à margem, como está até hoje, apesar de uma ou outra tentativa de ressuscitá-lo.

        Vencido o primeiro grande desafio da realização da eleição direta pra valer, o processo repetiu-se, com variações nas regras eleitorais, nas sucessões seguintes.  Abaixo uma relação das gestões de reitor e vice desde o advento da eleição direta:

•1986-1989: Riad Salamuni (Geologia) e Dante Romanó Jr. (Medicina)

•1990-1993: Carlos Faraco (Letras) e Mário Pederneiras (Biologia)

•1994-1997: José Henrique de Faria (Administração e Maria Amélia Zainko (Pedagogia)

•1998-2001: Carlos Antunes (História) e Rômolo Sandrini (Medicina)

•2002-2005: Carlos Moreira Jr. (Medicina) e Aldair Rizzi (Economia)(*)

•2006-2008: Carlos Moreira Jr. (Medicina) e Márcia Mendonça (Farmácia)(**)

•2008-2012: Zaki Akel (Administração) e Rogério Mulinari (Medicina)

•2013-2016: Zaki Akel e Rogério Mulinari

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(*)O vice de Moreira, Aldair, retirou-se da gestão para assumir a Secretaria de C & T do governo estadual (Requião).  Foi substituído por Maria Tarcisa Bega, que antes se submeteu a uma consulta direta em 2003 (conduzida principalmente pelo Sinditest) embora fosse candidata única.

(**)Moreira foi reeleito reitor no final de 2005 (pela primeira vez), em meio a intensos questionamentos de setores dos movimentos sobre a correção do processo eleitoral direto e sua campanha. Houve até invasão da reitoria por estudantes para impedir que o CoUn homologasse a lista tríplice; ainda assim, Moreira foi confirmado reitor em dezembro/2005.  No entanto, ele renunciou ao cargo, em maio de 2008, para ser candidato a prefeito de Curitiba pelo PMDB (em cuja eleição obteve votação insignificante). A vice-reitora Márcia Helena assumiu a reitoria, pela primeira vez conduzida por uma mulher, embora num período de fim de gestão e muita confusão dentro do CoUn sobre as regras eleitorais. Na consulta, a chapa Zaki/Mulinari derrotou a composição Cid Aimbiré/Francisco Mendonça.

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